"[...] sua prática é difícil, mas a alma delas retira um bem imenso. [...] 'Amai-vos' e vereis bem cedo a Terra transformada [...] (FÉNELON, Bordéus, 1861)" (KARDEC, 2009, p. 113). (*)
A Ti, meu Deus, ofereço mais um jejum
e Te dedico esta humilde oração
pedindo mais uma vez que nenhum
mal se crie em meu falho coração.
Às vezes, Deus, é muita raiva que eu sinto,
mas muitas vezes nem sei mais o que sentir,
porque a Ti eu me atrapalho mas não minto
e estou cansado dessa pressa de fugir
porque bem sei que a culpa é algo que deturpa
o que enxergamos sobre nós e sobre o mundo
e, insatisfeita, ela provoca e nos usurpa
até que, fraco, eu me afogue em rio profundo.
Todos os dias eu lembro que a felicidade
é para frente, sempre firme e constante
e nela tento embasar os meus instantes
mesmo que a culpa a me sangrar fique à vontade.
Juro: nem sei qual a origem da palavra,
só sei que a tal me faz um mal e paralisa
qualquer "continuativa" em minha lavra
e ao mínimo equívoco demoniza.
Some-te daqui, culpa exagerada e abjeta
e deixa que eu mesmo me responsabilize
pelo passo em falso em que eu deslize,
não martiriza minha alma de poeta,
Oh, tu que serves de carrasca, não profeta.
(*) Fonte da citação: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 365. ed. Trad. Salvador Gentile. Araras: 2009. p. 113.